Na entrada do município de Cujubim, às margens da BR-364, famílias da região do Vale do Jamari permanecem concentradas em uma manifestação pacífica desde a manhã desta terça-feira (10). O movimento, sem data para terminar, reflete a preocupação de centenas de moradores que enfrentam a ameaça de perder tudo o que construíram ao longo de mais de 30 anos devido aos embargos fundiários e à criação de reservas ambientais.
A polêmica remonta ao período do governo Confúcio Moura (MDB), quando as áreas em questão foram transformadas em reservas, trazendo consigo restrições que impactam diretamente quem já habitava e produzia naquele território. Para os manifestantes, essa decisão desconsidera o direito à permanência e o esforço de gerações que fizeram daquelas terras seu lar e sua fonte de sustento.
O conflito evidencia um dilema que ultraa a esfera legal e ambiental: como equilibrar a preservação da natureza com o direito das famílias que dependem da terra para viver? A resposta exigirá um diálogo aberto entre autoridades e população, buscando alternativas que permitam a coexistência entre a conservação e o respeito às histórias construídas naquele solo.
Enquanto isso, as famílias seguem mobilizadas, determinadas a reivindicar seus direitos e garantir que suas vozes sejam ouvidas. A manifestação pode ser apenas o começo de um debate que precisa ser enfrentado com sensibilidade e justiça.